Recomendação de padronização mínima para uso de PCR PE e PP em embalagens de produtos para cuidados pessoais enxaguáveis (exceto produtos infantis) e produtos para limpeza

O mercado de embalagens de produtos para higiene e limpeza e cuidados pessoais é um potencial consumidor de polipropilenos e polietilenos reciclados pós-consumo (PCR) em termo de volume e viabilidade técnica.

A falta de definição de padronização e legislação para aplicação de PCR saída em embalagens de produtos para cuidados pessoais (enxaguáveis) e higiene e limpeza pode ser um limitante para o uso de PE e PP, fazendo com que brandowners busquem o material PCR food grade, ainda que não seja necessário um “grade” alimentar para estas aplicações. Isso aumenta custos e impacta a circularidade do material, haja vista que não há no Brasil aprovação de Anvisa para PE e PP reciclados contato alimentar. A origem da questão é que no país há limitação de sucata pós-consumo de PP e PE de aplicação alimentar, portanto é uma questão de origem e tipo de resíduos disponíveis.

Os índices de reciclagem de PP e PE, segundo a Pesquisa de Reciclagem de Plásticos PICPlast 2022, realizada pela MaxiQuim, apontam para índices de reciclagem de 31,2% de PEAD, 23,8% de PP e 11,6% de PEBD/PELBD, o que demonstra um grande potencial de aumento de circularidades destes plásticos, uma vez que grande parte, principalmente de PE, é justamente usada em embalagens destas categorias. Assim aumentamos não somente os níveis de reciclagem como também a circularidade dos materiais destas categorias (cuidados pessoais e limpeza).

O estudo está baseado em demandas das marcas (brandowners) e as preocupações e pontos importantes para garantir segurança aos consumidores. Atualmente no Brasil, já temos diversas marcas (como Unilever, Boticário, Natura, Ypê, L’oréal, Reckitt Benckiser, entre outras) que utilizam rPP ou rPEAD em suas embalagens com base nos tipos de controles e seguranças aqui propostas.

O GT PCR, do Eixo Design Embalagens da REDE, teve como objetivo identificar e recomendar a padronização e normalização do material PCR para tais aplicações, com foco inicial em PEAD e PP.

Além de diversas reuniões para troca de informação e boas práticas, o GT consultou materiais externos, regulamentações de cosméticos, benchmarkings como a CosPaTox, contou com a apresentação da AcePlas sobre seus padrões para recicladores e realizou uma pesquisa com apoio da ABIPLAST e ABIHPEC, junto a brandowners, recicladores e convertedores de embalagens,  sobre o uso de PCR em embalagens de produtos para cuidados pessoais, higiene e limpeza (não fármacos).

É importante ressaltar que se trata de uma recomendação, não sendo uma norma e nem obrigatória a sua utilização. E a REDE, por meio do Eixo de Design, compromete-se a atualizar esta recomendação com base na evolução de eventuais regulatórios e avanços do mercado de reciclagem.

PADRÕES (o que buscamos)

  Padronização de materiais recicláveis para polímeros (em conjunto com o Eixo Infraestrutura);

  Normalização de resinas recicladas;

  Modelo de avaliações técnicas;

  Padronização da especificação do PCR saída, objetivando otimizar custos e o controle de qualidade mínimo para ampliar a aplicação de reciclados no mercado.

FOCO DE APLICAÇÃO DO PCR (onde)

  1ª etapa: aplicação de PCR PE e PP em embalagens de produtos para cuidados pessoais, higiene e limpeza;

  Líquidos enxaguáveis (cabelo, sabonetes, sabões) e secos em geral (exceto uso infantil).

SUBSTÂNCIAS A SEREM MONITORADAS E DEVIDOS LIMITES A SEREM DECLARADOS

METODOLOGIA DE TESTES, FREQUÊNCIAS E LABORATÓRIOS*

*24 de agosto de 2023

PADRÕES SUGERIDOS AOS RECICLADORES PARA ESTAS APLICAÇÕES

  Reciclador com certificações SENAPLAS Produto (certifica propriedades do material reciclado) e RecyClass (certifica o processo de qualidade e controle de origem do material e produto) válidas;

  Monitorar e mitigar a presença de eventuais substâncias perigosas na resina reciclada oriunda do pós-consumo;

  Não utilização de resíduos industriais pré e/ou pós-consumo oriundos de embalagens para produtos químicos controlados e possíveis contaminantes (ex.: defensivos agrícolas, óleos lubrificantes etc.);

  Banco de dados mínimo de testes de 12 meses de produção, distribuídos em análises de uma produção mensal (metais pesados);

  Cada reciclador é responsável pelos testes e informações a serem compartilhadas com seus clientes; 

  Cada empresa de bem de consumo e marca é responsável pela definição de aplicação desta recomendação ou não em seus produtos e embalagens;

  As informações de cada reciclador e dos brandowners são confidenciais e sigilosas.

CONTATOS DOS LABORATÓRIOS CONSULTADOS

        AFINKO: marcio@afinkopolimeros.com.br; guilherme@afinkopolimeros.com.br; luciana@afinkopolimeros.com.br;

https://www.afinkopolimeros.com.br/

        CETEA: raquel.souza@ital.sp.gov.br; luis.marangoni.pe@ital.sp.gov.br;

https://www.ital.agricultura.sp.gov.br/cetea

        FALCÃO BAUER: comercial.lab6@falcaobauer.com.br;

https://www.falcaobauer.com.br/

        IPT: zucchini@ipt.br; vanessaq@ipt.br; phama@ipt.br; jfoliveira@ipt.br;

https://www.iptlrm.com/

        INTERTEK (China): thomas.savarese@intertek.com;

https://www.intertek.com/contact/asiapacific/china/

        SGS (Hong Kong): Altair.Drucker@sgs.com;

https://www.sgs.com/en-hk

        SENAI MARIO AMATO: camila.granusso@sp.senai.br;

https://marioamato.sp.senai.br/

 

Para conferir na íntegra todos os projetos, ferramentas desenvolvidas e as ações executadas pela REDE, siga as nossas redes sociais.

https://www.instagram.com/circulaplastico

https://www.facebook.com/circulaplastico

https://www.linkedin.com/company/circulaplastico